quarta-feira, maio 30, 2007

Report BA de Setúbal

Grande Zanaty! Esperou, esperou e esperou até ao vento mudar na 3ª volta, altura em que se foi embora para vencer a prova com naturalidade. Pequim é o seu último objectivo competitivo na natação, após essa data vai ficar-se pela manutenção diária com umas braçadas. Mas Pequim é mais que um sonho, é a obsessão de um atleta de alta competição que todos os dias olha para o calendário e risca “menos um dia para Pequim”. Força, aqui já tens um fã a torcer por ti!

As delegações internacionais começaram a concentrar-se 4ªfeira em Setúbal para o primeiro treino, ainda em piscina curta aquecida. Na 5ª uns foram ao mar enquanto outros foram para a piscina longa a 18ºC. Na 6ª repetiu-se o cenário, mas com a delegação portuguesa a fazer o seu único treino à tarde em Albarquel para testar a temperatura da água e preparar-se para o dia seguinte. Nesse treino a água rondava os 17ºC e começou seriamente a preocupar todos os participantes, incluindo os portugueses.

O técnico croata, pai da nadadora Karla Sitic de 15 anos, resolveu não deixar alinhar a nadadora à partida para a prova preocupado com as condições da água. Muito jovem e magra estava certamente mal preparada para alinhar, e o técnico-pai não quis arriscar. No dia seguinte estava presente mas apenas para dar força ao compatriota Marko Rafaj que acabou por desistir. Nos portugueses a única baixa foi Ana Félix que doente nem viajou de Guimarães para Setúbal.

No dia da prova de manhã, a água estava ainda mais fria que na véspera e no decorrer da prova nadou-se a 16.5ºC de média. Ou seja, havia locais com a temperatura mais alta (zona de Albarquel) e locais com a temperatura mais baixa (zona da “bóia de Tróia”) o que dificultou e muito a natação de muitos participantes.

Logo na primeira volta, além da super campeã germânica Angela Maurer, desistiu toda a delegação portuguesa (dos que desistiram), excepto Duarte Mourão. O nadador do Algés, o melhor português em 2006, no início da 3ª volta viu os seus companheiros de grupo – 2 franceses – nadarem para terra e desistirem. Com as condições de vento e de mar a mudarem bruscamente, ligeiramente mais à frente e a nadar sozinho optou por desistir.

Ficaram em prova Fernando Costa que descolou do brasileiro Pavão a meio da 3ª volta e terminou em desespero, sem sentir as mãos e as pernas, em 2h40m (ver detalhe). Mais atrás ficou Daniel Viegas que a meio da prova estava a 10minutos do Fernando, acabando no final mesmo sozinho por recuperar, uma vez que não acusou o frio com 2h49m. Seguidamente terminou, mas já fora do tempo limite, Nuno Vicente com 3h07m (ver detalhe). Heróicas foram as nadadoras do Guimarães, Amélia Fernandes (desforrou-se do ano passado onde não tinha terminado no limite) e Daniela Pinto, que terminaram dentro do tempo limite com 3h08m e 3h10m.

De referir ainda que se as condições de mar estavam difíceis devido à temperatura da água na 1ª e 2ª volta, na 3ª acentuaram-se com o vento a mudar e o sol a esconder-se. Os nadadores tiveram de lutar mais com a água e deixaram de ter o sol a bater nas costas, factores que dificultaram e muito a fase final da prova, mas que ao mesmo tempo foram decisivos para não deixar a prova se decidir nos metros finais e consagrar os melhores na Setúbal Bay Swim Marathon 2007 - o egípcio Mohamed El Zanaty e a sueca Eva Berglund.

- Resultados 2ª Taça do Mundo de Setúbal
- Votações BA: Quem ganha em Setúbal: Masculinos / Femininos
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- A Bola de 27-05-2007 / Clipping (com declarações de Fernando Costa, Daniel Viegas e Amélia Fernandes)

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parabéns BA, por mais uma criteriosa, minuciosa e excelente reportagem.
Cumprimentos.

quarta-feira, maio 30, 2007 12:21:00 da tarde  
Blogger Manuel said...

Excelente reportagem!

É isto que a prova merece, um comentário das dificuldades que os atletas passaram. Não me parece que o frio e as correntes sejam um factor negativo para a escolha do local. Afinal o nível de dificuldade das provas deve variar, e se já temos 2 em Castelo de Bode, é bom haver uma de nível acrescido no Mar, com frio, vento, ondas e correntes. Quem aguenta tem mérito por isso, quem não aguenta pode sempre tentar outra vez, a persistência é sempre uma mais valia...

Fazer uma maratona à chuva e contra o vento multiplica o nível de dificuldade de forma extraordinária, dentro de água os factores multiplicam-se e devemos saber reconhecer o mérito dos que se dão bem e dos que se dão mal, mas tentam.

Abraço.

quarta-feira, maio 30, 2007 1:14:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O que seria do pessoal da natação sem o BA???

Com esta reportagem o pessoal fica a saber,o grau de dificuldade que eles tiveram!

Consegue imaginar-se dentro de agua(com alguns arrepios de frio)e pensa!eu,tinha desistido na 1ª volta!

sem dúvida,parabens!!


Graça Vilarinho

quarta-feira, maio 30, 2007 3:13:00 da tarde  

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