Texto in Sapo Desporto de 09/11/2015
A Câmara de Braga aprovou na segunda-feira passada a cedência do direito de superfície, por 40 anos, do terreno onde está o "esqueleto" de uma piscina olímpica ao Sporting Club de Braga, que se comprometeu a converter o complexo num pavilhão multiusos.
Em conferência de imprensa após a reunião do executivo camarário, o presidente da autarquia, Ricardo Rio (PSD/CDS-PP/PPM), salientou que com aquela cedência, aprovada por unanimidade, a autarquia consegue "rentabilizar" o equipamento, cuja construção já custou mais de 8 milhões de euros e está parada desde 2008, sendo que o valor estimado para concluir o projeto inicial rondaria os 12 milhões de euros.
O novo equipamento fará parte do complexo da futura academia do Sporting Club de Braga, que será instalada nos terrenos já doados pela autarquia junto do chamado Parque Norte da cidade, um investimento de cerca de 12 milhões de euros, a ser suportado "exclusivamente" pelo clube.
Ao Sporting de Braga é exigido que reverta o atual edifício num pavilhão multiusos de 800 metros quadrados num prazo de 3 anos.
"Até hoje não foi encontrada nenhuma forma de concluir [a obra]. Desta forma conseguiu-se a salvaguarda de utilização do edifício por parte do município e rentabilizar o equipamento", apontou o autarca.
Segundo explicou o autarca, a proposta para incluir no projeto do Braga o complexo das piscinas mas com cedência do Direito de superfície e não com doação, como os restantes terrenos, partiu da CDU que se congratulou com a aprovação da moção apresentada na última Assembleia Municipal.
"Esperamos que desta forma se resolva um dos mais problemáticos assuntos da gestão municipal", apontou o vereador da CDU, Carlos Almeida, na também habitual conversa com os jornalistas após reunião camarária salientando que deste feito "o município não investe um cêntimo".
A construção da piscina olímpica foi lançada por um executivo liderado pelo socialista Mesquita Machado em 2005, com recurso a fundos comunitários, e, 8 milhões de euros depois, o projeto parou em 2008, por falta de verbas, tendo sido abandonado em 2011.
Questionado sobre de o projeto foi um erro desde o início, o vereador do PS, Hugo Pires, recusou que assim fosse. "Foi pensado noutra altura, noutra conjuntura económica, havia fundos comunitários para financiar equipamentos desportivos que deixou de haver", justificou.
Para Rio, o projeto da piscina olímpica é um "bom exemplo de como se desbaratavam recursos" mas que tem agora um ponto final mais barato. "Todo o projeto da academia é mais barato do que construir o resto das piscinas", apontou.
Maioria, PS e CDU destacaram ainda outras vantagens para o município conseguidas com a cedência hoje aprovada. "A possibilidade de utilizar um espaço polivalente com 800 metros quadrados, a instalação de serviços ligados à juventude e ao desporto, a utilização por parte do município do centro de manutenção física que será instalado na academia do Braga", enumerou Carlos Almeida.
Além destas vantagens, o executivo apontou a libertação de outros equipamentos municipais utilizados pelo Sporting Club de Braga, como por exemplo o estádio 1º de Maio. "Esses espaços vão agora poder ser utilizados por outras coletividades", referiu o autarca.
- Fotos e Vídeo da Piscina inacabada: Foto1 / Foto2 / Foto3
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