quarta-feira, junho 11, 2008

Prontos para o Canal da Mancha

Texto in Jornal Record On-Line de 08-06-2008
Os nadadores Miguel Arrobas e Nuno Vicente superaram hoje [domingo passado] condições mais adversas entre Farilhões e Peniche do que as que podem encontrar no Canal da Mancha, no último teste antes da travessia prevista para Agosto.

"Apanhámos muito vento, uma nortada brutal e ondas de 2,5 metros, num percurso que acabou por ser maior que os 24 quilómetros previstos, talvez na ordem dos 26. Se estiverem estas condições na Mancha, nem as autoridades locais permitem que entremos na água", disse hoje à Agência Lusa Nuno Vicente, que completou a travessia, entre as ilhas dos Farilhões e Peniche, em 7:05 horas.

Também Miguel Arrobas, que gastou 7:53 horas na travessia, sublinhou que as adversidades acabaram por concretizar um "excelente teste, mas muito duro" para a travessia do Canal da Mancha, que está prevista para a primeira quinzena de Agosto, em que ambos vão tentar nadar, em separado, os 32 quilómetros entre as costas da Inglaterra e França.

"A água estava muito fria, eu acabei por andar nas últimas duas horas em total sofrimento", referiu à Lusa Miguel Arrobas, da Associação de Nadadores dos Estoris, acrescentando que "as condições eram difíceis, mas superá-las foi muito bom".

Nuno Vicente, do Clube de Natação de Torres Novas, sublinhou que as "perspectivas são risonhas" para o Canal da Mancha, realçando a "companhia de golfinhos, durante a primeira meia-hora" da travessia, que faz parte da iniciativa da Câmara Municipal de Peniche, festival Sabores do Mar, que decorre até 15 de Junho.

Já este ano, os aventureiros nadaram, em duas etapas realizadas em dias consecutivos, os 54 quilómetros do rio [Zêzere] entre as barragens de Bouçã e Castelo de Bode em mais de 13 horas.

Em 2007, Miguel Arrobas, 33 anos, e Nuno Vicente, 29, nadaram durante 3:12 horas entre as ilhas Berlengas e Peniche (15,4 km), mais doze minutos entre Lagos e Portimão (16,5 km) e cumpriram a travessia entre Santo André e Sines (26 km) em 6:14.56 horas.

A travessia do Canal da Mancha é considerada a prova rainha mundial da natação de águas abertas, por ser um percurso longo, com correntes fortes e temperaturas baixas - até hoje, Baptista Pereira, em 1954 e 1959, foi o único português a conseguir o feito.

- Ver texto da edição em papel de hoje (dia 11-06-2008)

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10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Força... A mancha é nossa... Um abraço e força...

Nuno Vitorino

quarta-feira, junho 11, 2008 10:14:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Grande dia!

Tejo? Entre Bouçã e Bode...

quarta-feira, junho 11, 2008 3:46:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

parabens aos dois

força

quarta-feira, junho 11, 2008 4:54:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

videos OWP deste evento já no youtube do BA

quarta-feira, junho 11, 2008 5:16:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O k eu axo piada é estes gajos ocuparem mais de meia página no record de hj e o diogo carvalho ficar-se com um cantinho. enfim, criterios editoriais no minimo estranhos!

quarta-feira, junho 11, 2008 6:02:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O que é vergonhoso não é isso ó anónimo das 6:02, o que é vergonhoso é o jornal ter 64 páginas e 50 serem só futebol. Futebol em todas as perspectivas e mais algumas. Só se ouve falar da seleção na rádio, tv, jornais. Já enjoa... Ainda por cima ganham milhões e estão-se nas tintas para qualquer um de nós e para Portugal. Apenas jogam mais uma vez o seu próprio prestigio.
Parabéns a estes dois corajosos e resistentes nadadores. 13º C não é para qualquer um...
Força para a Mancha!!!

Miguel Nunes

quarta-feira, junho 11, 2008 7:10:00 da tarde  
Blogger Luis K. W. said...

EU ESTIVE LÁ..
Aproveitei uma boleia do fotógrafo-submarino Rui “Berlengueiro” Guerra e fui, com a Maria João, ver a chegada dos nossos heróis após as 15 milhas (cerca de 25km) que vão de Farilhões a Peniche.

Só quem lá esteve é que pode ter uma noção da dureza daquilo. Parece incrível que alguém se aventurasse a dar um mergulhito no mar naquelas condições, quanto mais atravessá-lo a nadar durante 7horas!
(a propósito: Duarte Mendonça, subiste uns graus na minha consideração por teres acompanhado estes dois no Madeira-Desertas!)

Só quem lá esteve é que viu que aquilo só teriam sido 15 milhas se tivessem ido a direito. Mas como o vento, as correntes e a ondulação não estiveram de feição, acabaram por ser bastante mais.

Não assisti a toda a travessia (a nossa fizémo-la num semi-rígido), mas aqui vai o que fui apanhando.

A partida foi dada cerca das 11h30 e estava, inicialmente, previsto que a travessia duraria 6 horas.

A primeira parte, de Farilhões até à Berlenga, foi feita com ondulação muito forte, o que desgastou bastante tanto os nadadores como os «marinheiros» que seguiam nos barcos de apoio.
Da Berlenga ao Cabo Carvoeiro a ondulação continuou (cerca de 2,5m com intervalos de 8 seg.), mas como esteve a favor, parecia ser menos prejudicial.
Após a passagem pelo cabo Carvoeiro o Miguel Arrobas - que partira 15min após o Nuno - teve de abrandar, enquanto o Nuno Vicente continuou com vigorosa braçada (62 a 64/min.).

Foi aqui, no Cabo, que os vimos. Seguimos viagem para o porto, a cerca de 1,5milhas, esperando que chegassem em breve.

Já em terra, íamos recebendo notícias pelo pai Vicente que estava em contacto com o Pascoal, “mestre” do barco de apoio do Nuno. Vento, corrente, ondulação estava tudo contra.
Sabíamos que o Nuno devia estar próximo, mas não sabíamos quanto.
Em relação à anterior travessia Berlengas-Peniche, o Nuno estava a levar o dobro do tempo desde o Carvoeiro até à entrada do porto.

As câmaras de televisão e os telemóveis dos locutores de rádio estavam na expectativa.

Quando finalmente o Nuno V. passou em frente do farol que delimita a entrada do porto, ouviram-se gritos de contentamento e alívio. A entrada no porto foi triunfal. Centenas de pessoas a aplaudir e a encorajar, as sirenes dos barcos a ressoar, até o sino da caravela Vera Cruz tocava. Jovens cadetes do C.N.Torres Novas faziam uma animada claque (“Vice! Vice!”).
O pai Vicente, entrevistado para uma televisão desportiva, revelava-se um pouco angustiado com o esforço que o Nuno estava a fazer. Mas também estava visivelmente orgulhoso.
Na confusão, um locutor de televisão pensou que eu era o pai do Miguel!

Após a chegada do Nuno V. corremos para o nosso local de vigia, à espera do Miguel Arrobas. Já passavam mais de 40 minutos que o Nuno tinha chegado, e já havia quem pressagiasse a sua desistência. Mas sabemos que o Miguel não é para desistências.
As pessoas continuavam à espera. Não arredavam pé.
Mal o Miguel apareceu à frente do porto, foi o delírio. Apesar de ter estado em dificuldades, o Miguel resistiu. Ruidosamente incentivado pelos ocupantes do seu barco de apoio e pelo público nas margens do porto, visivelmente fatigado, o Miguel chegou à rampa em frente ao I.S.Náufragos, onde o preocupado Nuno o esperava.
Após a chegada, foram recebidos como heróis pelas autoridades locais (com destaque para o simpático presidente da Câmara de Peniche).
Uma palavra para quem sofreu com eles ao longo destas 7 ou 8 horas. A mulher do Nuno que, apesar de apreensiva, transmitia serenidade e confiança, e a mulher do Miguel que transborda energia e coragem.

Ver aqui algumas fotografias.

Boa sorte para a Mancha! Sabemos que aquilo não está no papo, mas vocês estão no bom caminho.
Luís

quarta-feira, junho 11, 2008 9:02:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os meus Parabéns aos 2 grandes nadadores de Águas Abertas verdadeiros IRONMANS que ousaram e conseguiram vencer mais este desafio.
Mancha : tás feita ao bife !
Obrigado LKW pela tua veia de reporter no local.Um abraço para todos,
João Silva - CMBCP

quarta-feira, junho 11, 2008 11:02:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

este ano foi de todo impossivel ir a Peniche, mas com a reportagem do Luis K. W. fiquei com a sensação de estar a ver ao vivo.

parabens Nuno,parabens Miguel

gv

quinta-feira, junho 12, 2008 4:39:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

lol, Baião? mas mt boa a parte com a sonia araujo :)=

quinta-feira, junho 12, 2008 4:44:00 da tarde  

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