quinta-feira, março 11, 2010

Carlos Almeida: “Foi uma loucura!”

Reportagem de Miguel Candeias in Jornal A Bola de 02-03-2010
Carlos Almeida conta recepção dos novos heróis da U. Louisville, após sucesso da Conferência Big East com Pedro Oliveira. Apostas para Nacionais da NCAA e Europeu de Budapeste.

Como é ter 19 mil pessoas num pavilhão a aplaudir a conquista de um campeonato universitário de conferência no Estados Unidos? «Uma loucura!» foi o que os olímpicos portugueses Carlos Almeida e Pedro Oliveira disseram que sentiram na recepção que a Universidade de Louisville organizou, na passada semana, no intervalo de um encontro de basquetebol masculino dos Cardinals no Freedom Halll, após os seus heróis terem regressado de Pisttburgh com o primeiro título de natação da sua história na Conferência Big East.

«Quando chegámos da viagem era já tarde e só estavam no campus alguns nadadores. Mas no dia seguinte fomos homenageados num jogo de basquete da universidade», começa por contar Carlos Almeida, de 21 anos, uma das grandes figuras dos Cardinals que conquistou três títulos individuais (200 jardas bruços, 200 e 400 estilos); três de estafeta (4x100 livres, 4x50 e 4x100 estilos); e um 2.º nos 4x200 livres.

Toda a gente de pé a aplaudir
«Primeiro anunciaram a equipa feminina que foi segunda classificada. Quando entraram as pessoas bateram-lhes palmas. Depois fomos nós e... toda a gente levantou-se a aplaudir e a gritar. Foi uma sensação muito boa. Estava tudo em pé. Foi inesquecível», acrescenta Carlos, revivendo um momento que jamais esquecerá.

Mas não se pense que os dois lusitanos tiveram tempo para grandes celebrações. «Na verdade, ainda não festejámos bem o título da Big East porque neste fim-de-semana tivemos mais provas e ainda vai haver o nacional da NCAA. Por isso, não tem havido grandes hipóteses para festas a sério. Mas claro que estamos felizes. Há uma sensação de dever cumprido. Soube especialmente bem porque começámos logo o primeiro dia com 75 pontos de atraso em relação à Universidade de Notre Dame [principais rivais que procuravam o tri e haviam ganho cinco das últimas seis edições] por causa dos saltos para a água, onde somos mais fracos. Nos três dias seguintes tivemos de recuperar a desvantagem mas ainda acabámos por vencer por uma margem de 50 pontos [808 pts, entre 11 formações em competição]. Valeu sermos verdadeiramente melhores na natação».

Quanto aos seus êxitos individuais, Almeida não escondeu que não foram propriamente surpresa, até porque na época anterior, enquanto rookie, ganhara duas das provas. «Tinha ideia que não teria grandes rivais mas há sempre que contar com um ou outro adversário, o que não aconteceu. Os tempos foram essencialmente o que esperava: nos 200 estilos [1.45,70] fiquei a 0,47 segundos do recorde de Conferência que é meu. Aos 400 estilos bati o máximo da universidade [3.46,43] mas contava chegar aos 3.45. Agora nos 200 bruços [1.54,85] foi aquilo para o apontara no início da época e assim melhorei o recorde dos campeonatos que também era meu».

«Tudo passou a ser normal»
Com tal consistência pode-se concluir que o internacional português está americanizado. «Estou adaptadíssimo. Sinto-me em casa. Não tem nada a ver com o ano passado. Tudo passou a ser normal, tanto a nível das aulas, dos horários, assim como dos métodos de treino e competição que não têm nada a ver àquilo a que estava habituado».

Ida ao Europeu
Após os competitivos nacionais universitários americanos, que se disputam em Março, a próxima grande meta de Carlos é o Europeu de Budapeste em piscina longa (Agosto). Porém, antes faz questão de ir a Coimbra. «A partir de Março começamos logo a nadar em piscina de 50 m mas só regresso a Portugal em Julho. Só não sei se o farei no início ou no fim do mês», esclarece.

«Contudo, quero representar o Natação da Amadora nos Nacionais de Coimbra antes de seguir para o Europeu. Existe a hipótese de ir a uma prova de 50 m aqui nos EUA logo a seguir ao NCAA para me testar. É que, a não ser em jardas, desde Dezembro que não faço ideia como estou numa piscina desse tipo», conta. E objectivos para a Hungria? «Ainda que vá nadar outras provas, onde tenho maior esperança de lutar pela ida à final é nos 200 m bruços. Considero que por terem desaparecido os fatos, não haverá tanta gente a andar tão rápido e isso irá beneficiar-me. Os 400 estilos dependerão muito do treino e de como me sentir no Verão».

Chegar à final no nacional da NCAA
Almeida está no top 5 das 200 jardas bruços entre os universitários dos Estados Unidos
Ultrapassados os campeonatos da Conferência da Big East, todas as atenções da NCAA viram-se agora para o McCorkle Aquatic Pavilion da universidade de Ohio State o qual, entre 25 a 27 de Março, será palco do restrito Nationals. Carlos Almeida é um dos únicos dois nadadores masculinos dos Cardinals - ainda que vão outros dois na estafeta - com visto de mínimo A para o grande evento onde o máximo que uma faculdade pode levar são 18 elementos, incluindo os saltadores. A única esta época garantiu uma equipa completa foi Auburn University. Nem a universidade do Texas, n.º 1 do ranking nacional, o fez.

«Ainda vamos decidir o que vou nadar, porque o meu tempo às 200 jardas estilos não deve dar para ajudar a universidade a pontuar e por isso não vale a pena desgastar-me. Mas devo entrar nas 100 e 200 bruços. O problema dos 400 estilos é que vai ser no mesmo dia dos 100 bruços, onde tenho possibilidades de ir mais longe. Contudo a grande aposta é, sem dúvida, nos 200 bruços, onde sou 4.º/5.º do ranking da NCAA. Se vou lutar por uma medalha? Primeiro tenho que chegar à final e depois logo se vê. Nos 100 bruços queria pelo menos ajudar a universidade a pontuar. Para isso terei de ficar entre os 16 primeiros.»

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

é a diferença...

sexta-feira, março 12, 2010 2:28:00 da tarde  

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